O pessoal por aqui se orgulha muito em contar pra gente que a Finlândia foi eleita de novo o país com maior qualidade de vida do mundo. E depois de estar um tempo por aqui, descobri que eles têm políticas públicas bem interessantes, que facilitam o bem estar geral da nação. Fui dar uma investigada a pedido da Palmeira e fiquei bem impressionada. Olhem só:
- Eles têm um apoio financeiro para famílias que não têm como pagar todo o aluguel de uma casa que dê pra viver com dignidade. Se tu estás nessa situação, te dão até 80% do dinheiro do aluguel.
- Autoridades locais têm de prover um serviço de cuidado pras crianças finlandesas em idade escolar quando elas não estão na escola. O seguro social também pode dar ajuda financeira pras famílias das crianças, incluindo pagar uma babá pra elas.
- Toda a educação dos finlandeses é de graça (e de qualidade) e depois que tu terminar a escola e for pra uma universidade, eles ainda te dão uma ajuda financeira pro estudante, com direito a auxílio moradia.
- Seguro desemprego.
- Ajuda pros idosos poderem ter um cuidador em casa e no aluguel também.
Bom, esses foram os programas que eu tive paciência de procurar. Talvez possam haver mais... Mas achei muito interessante isso. Um lugar em que realmente funciona na prática o respeito do direito básico de todo cidadão, de ter educação, moradia, salário e envelhecer tranquilo.
Fiquei pensando como isso seria legal no Brasil, porque...
E aí fiquei triste.
Porque me dei conta que as pessoas iam falar "ah, folgado, recebe ajuda do governo pra estudar e não quer trabalhar" ou "ah, tá bem tranquilo porque recebe auxílio moradia do governo e não se esforça pra mudar de vida" ou ainda "aqueles lá tão tendo um monte de filhos só pra ganhar o auxílio do governo".
Pois é, parece que pra nós os outros estarem morrendo de fome, sem casa ou sem nada não é problema nosso. Eles é que são folgados mesmo... Se o governo ajuda é esmola. Onde já se viu dar 200 reais (nem metade do que dão aqui) pro Joãozinho ir pra escola em vez de ir trabalhar pra ajudar a família??? "Não, Joãozinho, hoje tu vai trabalhar porque tu não tem o que comer. E a culpa não é minha, é da tua mãe que não trabalha. Afinal, no mundo de hoje todos têm oportunidade, é só ter vergonha na cara". Sim, certo, igualzinho...
No fim, não sei bem o que pensar. Parece que tem coisas que as pessoas só acham boas mesmo quando estão no jardim do vizinho... Uma pena...
Bah, Jana! Excelente post! Gostei muito e concordo 100%. A Palmeira mandou um texto estes dias sobre isso... Garantia de direitos básicos como comida aqui às vezes é confundido com esmola... é fogo. Mas a gente tá chegando lá... ouvindo algumas barbaridades pelo caminho, mas vamos adiante!
ResponderExcluirBjinhos saudosos de ti!
CláMaria
Morzinho como tu escreve bem! Tô muito orgulhoso de ti...hehe
ResponderExcluirMuito bom esse post. Parabéns!!!
bah tinha escrito um baita comentário bem filosofico aqui.. e deu erro =/ não vou conseguir escrever tudo de novo.. mas em resumo era sobre o que tu filosofou ali.. a grama do vizinho é sempre mais verde e esse é o típico pensamento de brasileiro... um dia o Brasil muda e ou quem sabe nós nos mudamos =/
ResponderExcluirOi Panana! Depois de um tempinho longe aqui do blog, to de volta! ;)
ResponderExcluirComo te disse pelo twitter, adorei o texto. É muito legal ver quantas reflexões essa viagem está te proporcionando! E fico muito feliz por compartilhares isso tudo conosco! Obrigada! :D
Esses tempos de eleições estão bastante duros aqui nas nossas terras tupiniquins. Acho que nunca vi um jogo político tão imundo. Chega a dar nojo... E, no meio de tudo isso, essa questão da garantia de direitos tem surgido com muita intensidade. É incrível como tem gente, muita gente, que enche a boca para falar mal dos programas do Governo sem sequer se dar ao trabalho de investigar um pouquinho sobre a realidade das pessoas que são beneficiadas por eles. Vivemos tempos de individualismo espantoso.
E, pra completar, é bem o que tu disseste. Tenho certeza absoluta de que essas mesmas pessoas que criticam o Brasil se derreteriam em elogios para as políticas públicas finlandesas. Triste, viu? :(